Tecendo palavras com (desa) fios, resiliências e resistências: reflexões de uma mulher negra e docente acadêmica
Palavras-chave:
Docentes negras, narrativa de si, trajetórias, educação, empoderamentoResumo
Trata-se de um exercício de escrita no qual busquei, ora através da auto-narrativa, ora através da leitura do cenário sociopolítico brasileiro, promover uma reflexão acerca do meu processo de descolonização mental, iniciado na sala de aula da Educação de Jovens e Adultos, em Salvador-Bahia, cidade mais negra fora de África. Atualmente, sou docente acadêmica, espaço ainda pouco acessado pelos corpos negros tanto dos estudantes quanto dos professores, apesar dos avanços advindos das políticas de ação afirmativa. Meu texto dialoga com autoras, a exemplo de Carolina Maria de Jesus, Lélia González, Glória Anzaldúa e Conceição Evaristo, mulheres que me ajudaram na tessitura das palavras, na cartografia de minhas lembranças e no meu resgate subjetivo como forma de empoderamento. Além dessas mulheres, outras vozes aqui se fazem presentes e podem-nos ajudar a refletir acerca das desigualdades educacionais, em suas intersecções de gênero, raça e classe social, ainda presentes em nosso cotidiano, mesmo após 131 anos de abolição da escravatura.
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